Contexto
Numa época de excesso de informação, onde abundam os
anúncios de produtos e serviços
“milagrosos” que grassam pela internet,
como cogumelos no meio da humidade, a saturação dos consumidores parece ter
extravasado os limites da paciência. Assim, publicitar e vender um produto
torna-se uma verdadeira arte. Mas já não basta revestir o produto num
”embrulho” vistoso e atrativo, tentando demonstrar por “à” mais “b” que esse é
o produto feito à medida do consumidor, ou seja, coisas de marketing onde
parece valer quase tudo para vender seja o que for.
Enganar, ludibriar de forma mais ou menos encapotada, ou
simplesmente omitir determinadas características nocivas de um produto, tem
sido a tónica dominante da publicidade a alguns produtos ou serviços, sendo talvez mais comum do que se possa imaginar.
Há uma certa tendência para criar grandes
espectativas em relação a um produto que por vezes acabam por sair goradas,
através da criação de uma série de “imagens” ilusórias, apelando ao lado
emocional do consumidor, numa autêntica arte
manipuladora de sentimentos e emoções.
Mas passado tanto tempo com esta fórmula de marketing por
vezes agressiva e sem contemplações, os consumidores estão a ficar cansados e
começa a despertar um sentido mais crítico que até há pouco tinha estado ausente.
As organizações e Associações de defesa
do consumidor tornaram-se veículos importantes para esse despertar e agora o
consumidor tornou-se um elemento menos passivo, mais atento, mais crítico. Como tal, persistir no caminho
do “chico espertismo” e da venda do “gato por lebre” que alguns teimam em prosseguir,
é um erro para já não falar nos aspectos éticos, pois a curto ou médio prazo essas
“negociatas” deixam de ter futuro.
A Nova Fórmula
Então, como vender um produto sem se tornar um chato e/ou
um aldrabão?
Em primeiro lugar torne-se um vendedor honesto e integro pois só assim obterá a confiança dos consumidores
e consequentemente irá assegurar os seus negócios a médio e a longo prazo. Pode
parecer uma velha fórmula saída dos tempos dos nossos tetravôs, mas nos dias
que correm é bem preciso lembrar. O “Chico Espertismo”, tão tipicamente
português, pode dar os seus “frutos” durante algum tempo, mas não durante o
tempo todo, quer porque as regras hoje são muito mais apertadas, quer porque
hoje em dia já não há saloios como antigamente.
Obs. Para quem não está familiarizado com as expressões da língua portuguesa de Portugal, chama-se pato a uma pessoa que é facilmente enganada (tanso), que cai no "conto do vigário" (vigário=vigarista). A expressão mais corrente é "cair como um patinho"
Esquematizemos:
1. Integridade, honestidade:
O produto que está a publicitar deve
corresponder exactamente àquilo que vende sem acrescentar características
inexistentes que o possam beneficiar. É fundamental que acredite naquilo que
está a vender e isso exige que também seja honesto consigo, pois acreditando
naquilo que vende transmite mais credibilidade ao consumidor;
2.
Perceba aquilo que o público realmente quer e precisa sem lhe criar falsas necessidades como muitas vezes o marketing
faz;
3.
Quando publicitar o seu
produto evite frases ou ideias
disparatadas ou ainda “piadas de caserna” de gosto duvidoso, pois assim está a passar a ideia de que o consumidor é uma
espécie de “atrasado mental” sem sentido crítico. Infelizmente ainda há publicidade
que persiste em ir por esse caminho. É também importante que seja objectivo
usando a informação que quer transmitir de uma forma simplificada e não
fastidiosa;
4.
Use a abuse da criatividade de forma positiva (tendo em conta o que foi dito até agora). Seja divertido
e use o humor como ferramenta, pois são sempre características muito atractivas
e que dispõem bem. As pessoa já estão fartas de tragédias, por isso fazer algo
divertido
e com humor é a sua mais valia.
5. Não “copie” outros
anúncios! Se assim proceder ou se
simplesmente fizer algo parecido com o que já existe, vai passar a ideia de ser
incapaz de criar algo original e verdadeiramente seu. Desce no “ranking” dos
consumidores!
A criatividade
A criatividade é algo que por vezes fica bloqueada e não
surge quando mais precisamos. Quando esse bloqueio acontecer e não conseguir
realizar aquilo que tinha projectado, faça
uma pausa, largue a mesa de trabalho e vá fazer uma sesta ou dar um
passeio, seja o que for, mas não fique a matutar no assunto pois isso cria
tensão na sua mente e a criatividade, que é predomínio do cérebro direito, não
gosta de constrangimentos, precisa de espaço e de muita liberdade para se
exprimir e consequentemente persistir num bloqueio é contrário à sua natureza.
Tem de dar “espaço” para que a imaginação se recomponha e tente encontrar a “solução
ideal” para o seu projecto. Se assim proceder poderá ter a certeza de que a
ideia inspiradora irá surgir.
Caro/a leitor/a espero que este pequeno texto lhe tenha
sido útil de alguma maneira. Querendo pode dar algumas sugestões, ou até fazer
críticas, pois desde que bem fundamentadas serão com certeza úteis e bem
vindas.
Texto original de Pimenta
Veja também os textos humorísticos:
https://blogdapimenta11.blogspot.com/search/label/humor