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segunda-feira, 28 de junho de 2021

 

Será que a História que nos ensinam se passou exactamente como nos foi contada? 

 

3ª Parte

 

 

As “anomalias” arqueológicas

 

Quando um artefacto arqueológico é encontrado e datado, por meios científicos, com uma antiguidade superior à que a teoria ortodoxa aceita como provável, esse artefacto é designado pelos arqueólogos por “anomalia, ou seja, é anómalo tudo aquilo que não encaixa no modelo teórico instituído pelas elites académicas, isto apesar de essas “anomalias” serem datadas por meios científicos irrefutáveis. É isso mesmo! São “anómalos” os factos que não se adequam às teorias e não as teorias que não se moldam aos factos! Quando não estão de acordo com as teorias vigentes, essas anomalias arqueológicas são literalmente “varridas para baixo do tapete”. E os exemplos de anomalias arqueológicas abundam apesar do estado de negação das elites académicas e outros.

 

E por quê este estado de negação? Ora imagine o leitor que possui uma cátedra ou é simplesmente um cientista de prestígio reconhecido e que sempre foi defensor e ensinou uma determinada teoria instituída e aceite pela maioria durante anos e anos, até que aparece alguém que descobre algo que contradiz essa teoria aceite, a tal anomalia arqueológica. Como ficaria a sua posição e a de todos os que sempre defenderam a teoria institucionalizada, perante alunos, leitores e público em geral? Iriam ser ridicularizados, a sua credibilidade posta em causa e isso jamais poderá acontecer a alguém que tem uma posição académica e social alicerçada em teorias instituídas, pois caso isso acontecesse as estruturas sobre as quais assenta a sua autoridade académica se iriam desmoronar.

 

Há também outra razão óbvia para o estado de negação e que tem um nome bem simples. Chama-se “falta de humildade” e essa abunda por aí como cogumelos em tempo de humidade.

 

Ainda há um terceiro motivo para a existência deste “bloqueio” a novas descobertas que põem em causa as teorias instituídas. Em geral os seres humanos são avessos a grandes mudanças estruturais. Há um certo imobilismo na forma de pensar e que se exprime por uma tendência para um conservadorismo. Os seres humanos na generalidade sentem-se mais confiantes e mais seguros quando fazem parte de um “rebanho” ainda que este se encontre rodeado por cercas! Por isso este “bloqueio” existe em todas as áreas do saber e não apenas na arqueologia, como é óbvio. As artes e as outras ciências sofrem deste mal.

 

Carlos Ribeiro: um caso português do séc. XIX


O livro de Michael A. Cremo e Richard L. Thompson, The Hidden History of the Human Race, Bhaktivendanta Book Publisinhg, Los Angeles, dá-nos conta de uma imensidão de anomalias arqueológicas entre as quais se encontram as descobertas do português Carlos Ribeiro.

 

Carlos Ribeiro era um oficial do Exército Português que frequentou a Escola Real da Marinha e depois a Escola do Exército, tendo ainda concluído com distinção os cursos de artilharia e de engenharia. Em 1840 foi transferido para o Terceiro Regimento no Porto e ingressou na Academia Politécnica do Porto onde iniciou os estudos em Geologia. Era um homem multifacetado e de grande mérito tendo ficado conhecido pela sua descoberta dos  “Concheiros de Muge” (colinas artificiais) em 1863, constituindo o maior complexo mesolítico da Europa. 

 

De acordo com o livro Hidden History of the Human Race, ele descobre utensílios de sílex do período Miocénico. O período Miocénico vai desde aproximadamente 5 milhões de anos até 24 milhões de anos e a Idade da Pedra, onde supostamente terão aparecido os primeiros utensílios feitos pelos seres humanos, situa-se há cerca de 600.000 (seiscentos mil) anos, o que claramente vai em “contramão” com a datação dos achados de Ribeiro!

 

Não obstante, após a sua morte, os colegas alteraram a datação para 20.000 anos pois o conhecimento científico consensual (leia-se censurado) coloca o surgimento do Homem Moderno nos 100.000 anos. Actualmente estes artefactos estarão armazenados, sem qualquer notoriedade, impedidos de enriquecer o conhecimento de todos nós”. in Wikipédia sobre Carlos Ribeiro.

 


Virginia Steen McIntyre - Mais um caso de censura arqueológica

 


Em 1960 foram descobertos sofisticados utensílios arqueológicos pelos arqueólogos Juan Armenda Camacho e Cynthia Irwin-Williams em  Hueyatlaco, México. Uma equipa de geólogos, Virginia Steen MacIntyre e Harold Malde que trabalhavam para U.S. Geological Survey (pesquisa geológica), através de métodos científicos de datação, estabeleceram uma idade aproximada dos objectos encontrados de cerca de 250 000 anos, o que contraria totalmente as teorias aceites pela comunidade científica segundo as quais os artefactos apenas poderiam ter 100 00 anos no máximo e como tal tendo gerado uma grande controvérsia. Esta datação dos referidos artefactos encontrados iria revolucionar não só a antropologia do Novo Mundo, as Américas, como também a origem da Humanidade.

 

Virginia Steen-McIntyre ao tentar publicar os resultados da descoberta encontrou inúmeros obstáculos, tendo sido classificada como uma oportunista que procurava notoriedade. Como resultado a sua carreira académica ficou bloqueada e o seu nome atirado para a lama, tendo sofrido represálias.

 

Nas palavras de Virginia Steen McIntyre, em 1981. “O nosso trabalho em  Hueyatlaco foi rejeitado pela maioria dos arqueólogos por que contradiz a teoria, o “período”. O raciocínio deles é circular, o Homo Sapiens, Sapiens evoluiu há cerca de 30 000 a 50 00 anos na Eurásia. Por isso qualquer ferramenta do Homo Sapiens, Sapiens encontrada e datada de há cerca de 250 00 anos no México é impossível uma vez que o Homo Sapiens, Sapiens evoluiu desde há cerca de 30 00 anos A.C.” tradução do inglês do livro de Michel A. Cremo and Richard L. Thompson, Hidden History of the Human Race, Bhaktivedanta Book Publishing, Los Angeles, pág.92

 

Será que a Esfinge de Gizé é mais antiga do que os “ortodoxos” afirmam?



Robert M. Schoch é um professor americano de Ciências Naturais da Faculdade de Estudos Gerais da Universidade de Boston, que obteve um Bacharelato em Antropologia e outro em Geologia pela Universidade de Yale. Ele é conhecido por ter atribuído às partes mais antigas da Esfinge de Gizé no Egipto, uma antiguidade muito superior à que é tradicionalmente aceite, (data tradicional: 2500 anos A.C., data proposta por Schoch: mais de 5 000 A.C.) sustentando a sua argumentação com base nas marcas de erosão da água que ele identificou nas paredes do recinto da Esfinge e também com base nas descobertas de estudos sísmicos em torno da base da Esfínge e em outras partes do planalto”. In Wikipédia

 

É claro que foi criticado por arqueólogos e geólogos tendo sido designadas as suas descobertas por pseudociência. Mas tendo em conta o seu perfil académico e de homem de ciências, o que levaria este homem a produzir tais afirmações, indo contra a “corrente dominante”, a ser posto em causa pelos seus pares e provavelmente exposto ao ridículo, se não tivesse uma forte convicção alicerçada em observações científicas credíveis?

 

Nas suas palavras “a Esfinge e os seus arredores mostram provas de erosão pelas chuvas e tanto o corpo principal da Esfinge como as partes mais antigas precedem os faraós Khephren (por volta de 2500 A.C.) e Kheops ou Khufu, um antepassado de Khephren que reinou entre 2551 a 2528 A.C.)”  tradução do francês do livro de J. Douglas Kenyon, “Histoires Interdites”, 2006, Editions Cristal, pág.86 (versão francesa do original em inglês “Forbidden History”).

 

Apesar das críticas outros geólogos concordaram com uma antiguidade superior da Esfinge à da tradicionalmente aceite, sendo o caso de David Coxill, “O Enigma da Esfinge”, artigo publicado no Jornal do Egipto Antigo, onde confirma as conclusões de Schoch e o caso de Colin Reader, engenheiro geológico formado pela Universidade de Londres, (J. Douglas Kenyon, “Histoires Interdites” pág.86)

 

Estes exemplos são apenas uma minúscula amostra das tais anomalias arqueológicas, muitos mais haveria para referir. No entanto é necessário salientar que também há “anomalias” de outra estirpe. São as falsas informações que circulam pela internet cada qual a mais mirabolante e que apenas servem para confundir o público e descredibilizar as informações verdadeiras.

 

Texto original de Pimenta

 

Não perca a quarta parte deste artigo onde, sob o título "Esquecimentos da História", será abordado o génio do português Francisco de Holanda e ainda a provável influência do neo-confucionismo no Iluminismo europeu. 


Veja a também a primeira e a segunda parte deste artigo em:

https://blogdapimenta11.blogspot.com/search/label/Hist%C3%B3ria?updated-max=2021-06-28T06:03:00-07:00&max-results=20&start=2&by-date=false
 

 

 


 

 

 


 

domingo, 20 de junho de 2021

 

Será que a História que nos ensinam se passou exactamente como nos foi contada?

2ª Parte


 
 

As mulheres esquecidas na Filosofia...e não só!

Durante todo o tempo que estudei Filosofia nunca nenhum professor mencionou a existência de mulheres na Filosofia e nenhuma História da Filosofia dedicava um capítulo que fosse a qualquer mulher. Foi algo que nunca me surpreendeu e nunca equacionei uma vez que as mulheres sempre foram relegadas para um papel de inferioridade sendo-lhes quase sempre vedado o acesso a estudos superiores. Até que em 2009 apareceu nos cinemas um filme intitulado “Ágora” sobre a vida de uma mulher matemática, filósofa e astrónoma chamada Hipátia (415 d.C.). Esta mulher foi a última bibliotecária da célebre Biblioteca de Alexandria que o fanatismo religioso dos cristãos incendiou. Esta brilhante mulher, admirada pelos intelectuais do seu tempo, foi barbaramente assassinada pelos mesmos cristãos fanáticos que incendiaram a Biblioteca de Alexandria. Porque nunca se falou dela? Porque razão não existe um capítulo, por mais pequeno que seja, nas tradicionais Histórias da Filosofia existentes?! Simplesmente por que era uma mulher! A extensa História da Filosofia de Frederick Copleston, cerca de nove volumes com letra miudinha na versão espanhola, dedica-lhe três linhas!

 

Outro exemplo mais recente e mais flagrante desta ausência preconceituosa de mulheres na História da Filosofia é a de Simone de Beauvoir. No último volume de Frederick Copleston existe obviamente um capítulo dedicado a Jean Paul Sartre mas nenhum dedicado à sua companheira Simone de Beauvoir, nem sequer uma minúscula referência!

 

Foi a partir do momento que tive conhecimento da existência desta mulher filósofa, Hipátia, que iniciei uma pesquisar sobre o assunto e para meu espanto verifiquei que não era a única mas que havia uma série de mulheres, desde as épocas mais remotas, que se dedicaram à Filosofia ou ao pensamento e foram relegadas ao esquecimento.

 

A lista é extensa bem como o “tamanho” do preconceito que a acompanha!

Eis a lista:

 

Enheuduana (séc.XXIII a.C.) Suméria – terá sido a primeira pensadora da História e a primeira a assinar as suas obras.

 

Lopamudra (800 a.C.) Índia – filósofa, escreveu um dos hinos a Rigveda. Foi mulher do sábio Agastya.

 

Temistocléia (séc.VI a.C.) Grécia – filósofa, matemática e profetisa de Delfos. Segundo Aristoxenos terá sido a grande mestra de Pitágoras!

 

Melissa – filósofa e matemática pitagórica.

 

Safo de Lesbos (séc.VII-VI a.C.) Grécia, ilha de Lesbos – poetisa e educadora (poesia lírica grega).

 

Theana (546 a.C.) Grécia – presumivelmente mulher de Pitágoras, tendo sido sua aluna, foi matemática e filósofa. Supõe-se que ela e as filhas poderão ter assumido a liderança da escola de Pitágoras após a sua morte.

 

Aspásia de Mileto (470-410 a.C.) Grécia – sofista, pertenceu ao circulo cultural de Atenas tendo conhecido Péricles de quem teve um filho.

 

Diotima de Mantinela (séc.V a.C.)  Grécia - Não se sabe se existiu realmente, mas aparece como uma personagem no diálogo de Platão  “O Banquete” sendo aí apresentada como uma sábia. A teoria socrática-platónica sobre o Amor é a ela atribuída.

 

Asiotela de Filos (393-270 a.C.) Grécia – “Ensinava física (phisis) na Academia de Platão ao lado de outras mulheres” que frequentavam a escola.

 

Hipárquia de Maronela  ( por volta de 325 a.C .) Grécia – filósofa Cínica.

 

Maria a Judia (séc. I d.C.) Alexandria – a primeira mulher alquimista de que há conhecimento e seguidora do culto de Isis.

 

Hildegarda de Bingen (1098-1179) Alemanha – terapeuta, com vastíssimo conhecimento do uso de ervas medicinais, dedicou-se ao estudo do que é hoje considerado biologia, botânica e também medicina. Escreveu textos filosófico/místicos de inspiração platónica.

 

Heloisa de Paráclito (1101-1164) França – Foi abadessa de uma comunidade monástica fundada por Pedro Abelardo, seu professor, de quem foi amante. Existe uma longa correspondência entre os dois onde sobressai a paixão que ambos nutriam um pelo outro, bem como o debate que se estabeleceu entre ambos ao longo da vida.

 

Akka Mahadevi (1130-1160) Índia – mulher proeminente e poetisa do movimento Veerashaiva Bharktl oriunda de um estado do Sul da Índia.

 

Catarina de Siena (1347-1380) actual Itália – Líder de uma comunidade religiosa, foi filósofa escolástica e teóloga.

 

Cristina Pizan (1365-1431) actual Itália – escreveu uma obra famosa intitulada, ”A cidade das mulheres” onde defende o papel vital  das mulheres na sociedade. Questionava a autoridade masculina dos grandes pensadores e poetas que contribuíram para uma visão misógena da sociedade. Viveu em França durante a primeira metade do séc. XIV. Mulher de letras, foi a primeira a sustentar-se do seu trabalho de escrita.

 

Teresa de Ávila (Santa Teresa de Jesus) (1515-1582) Castela actual Espanha – Freira Carmelita escreveu obras importantes sobre a vida contemplativa e espiritual.

 

Louise Labé (1524-1566) França – Mulher erudita poetisa e música escreveu algumas obras: “Debate entre a Loucura e o Amor” e “Sonetos”. Reivindicava o direito de acesso das mulheres às ciências e  todos os outros conhecimentos.

 

Olivia Sabuco (1525/30) Espanha – foi uma filósofa e médica psicossomática que procurou unir a Filosofia com a Medicina, corpo e alma, demonstrando que até a Cosmologia pode ter influência sobre a saúde humana.

 

Mary Astell (1666-1731) Inglaterra – foi considerada a primeira feminista inglesa por defender a igualdade educacional para as mulheres. Procurou unificar a Filosofia com a Religião.

 

Maria Gaetan Agnes (1718-1799) actual Itália – Linguística, filósofa e matemática. É conhecida como tendo sido a primeira a escrever  um livro que trata simultaneamente do cálculo diferencial e integral.

 

Mary Wollstonecraft (1739-1797) Inglaterra – escritora e filósofa, defendeu os direitos das mulheres, tendo escrito um livro onde é patente a influência dos filósofos Locke e Rousseau: “Pensamento sobre a Educação das Filhas”.

 

Olímpia de Gouges (1748- 1793) França – feminista e activista política, opôs-se  à escravatura dos negros, tendo sido presa por isso mesmo. Escreveu várias obras entre as quais peças de teatro, novelas, panfletos, utopias e também sobre filosofia.

 

Harriet Taylor (1807-1858) Inglaterra – filósofa, foi também defensora do direito das mulheres. Foi casada pela segunda vez com Stuart Mill um dos proeminentes pensadores do séc. XIX que é frequentemente referido em Histórias da Filosofia, mas que relegam para o esquecimento esta sua mulher.

 

Rosa de Luxemburgo (1871-1942) Alemanha – Foi filósofa, economista e militante política (marxista), tendo ficado conhecida por isso mesmo.

 

Lou Andreas-Salomé (1861-1919) Rússia – foi uma filósofa, ensaísta, poeta, romancista e psicanalista. Escreveu o primeiro ensaio de cariz psicológico “O Erotismo”.

 

Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz) (1891-1942) Alemanha – foi uma santa de origem judia convertida à religião católica. Filósofa e teóloga, lecionava na Universidade de Gottinger. Morreu em Auschwitz numa câmara de gás.

 

Maria Zambrano (1904-1991) Espanha – foi discípula do Ortega e Gasset, Xavier Zubiri e de Manuel Garcia Morente de 1924 a 1927. Fez parte de um grupo de intelectuais que iniciou experiências pedagógicas na educação popular. As suas principais preocupações parecem situar-se na relação entre filosofia e poesia, mito e razão, a paixão e o intelecto, etc.

 

Hanna Ardent (1906-1975) Alemanha – filósofa de origem judia e uma das mais influentes do séc. XX, mas também ignorada pelas tradicionais Histórias da Filosofia. Paradoxalmente, terá tido uma relação com Martin Heidegger seu mestre e adepto do partido Nazi. Ardent teve de fugir da Alemanha Nazi, tendo emigrado para os Estados Unidos.

 

Angela Davis (1944) Estados Unido da América – pertenceu ao movimento dos Black Panter nos anos 70, tendo também ficado conhecida por pertencer ao Partido Comunista dos Estados Unidos, pela sua luta pelos direitos das mulheres e contra a descriminação racial nos EUA.

 

Susanne Langer (1895-1982) Estados Unido da América – filosofia da arte era a sua especialidade e o livro mais conhecido em português é “Filosofia em Nova Chave”. Foi uma das primeiras mulheres académicas dos Estados Unidos e a primeira a ser reconhecida.

 

Ayn Rand (1905-1994) Estados Unidos da América – filósofa controversa, foi também dramaturga e roteirista. É conhecida por ter desenvolvido um sistema filosófico chamado Objectivismo.

 

Sarah Kofman (1934-1994) França – Filósofa com mais de 20 livros publicados sobre vários temas entre os quais estudos sobre a mulher na psicanálise freudiana, que é considerada a mais completa análise sobre sexualidade feminina em Freud.

 

Julia Kristeva (1941) Bulgária/França – filósofa, é autora de vários livros sobre várias áreas do conhecimento: arte, linguística, feminismo e pós-estruturalismo.

 

Fonte: Wikipédia

 

Saliento ainda o nome da princesa Isabel da Boémia e da sua correspondência, entre 1643 1649, com o filósofo René Descartes, onde se estabelece entre ambos preocupações de carácter filosófico. Esta correspondência só foi integralmente conhecida no séc. XIX.

 

É possível que haja outras mulheres que não foram aqui mencionadas. Seja como for esta lista serve para dar uma ideia da imensidão do “esquecimento misógino” instituído. Mas apesar de todos os obstáculos que se opunham a estas mulheres, elas conseguiram destacar-se e ser reconhecidas no seu tempo pela ampla sabedoria, o que é um enorme feito!

 

Mas não foi apenas na Filosofia que se deu esta espécie de “esquecimento patológico”, as artes sofreram do mesmo mal, nomeadamente a pintura. Disto nos deu conta um dos bons programas transmitidos pela RTP 2, há alguns meses atrás, sobre mulheres famosas na pintura. Também aí se destacava a ausência do nome de mulheres na História da Arte.

 

Pelo menos os portugueses não lançaram para o esquecimento a Josefa de Óbidos!


 Texto original de Pimenta

 

Não perca a terceira parte deste artigo no qual será abordado o tema das "anomalias" arqueológicas!