Seguidores

sexta-feira, 4 de março de 2022



 

Porque não está a usar o seu computador pessoal?

 

O ser humano foi capaz de desenvolver tecnologia que está constantemente a evoluir alcançando prodígios tecnológicos num curto espaço de tempo, nomeadamente no que respeita a tecnologia informática e computadores (já começaram a aparecer os computadores quânticos que executam tarefas muitíssimo mais rapidamente do que os sistemas binários em uso nos tradicionais computadores). No entanto a inteligência humana e as suas capacidades mentais permanecem idênticas às dos nossos antepassados de há cerca de 5000 anos ou ainda anterior, não parecendo ter sofrido grande evolução.

 

Os nossos antepassados foram capazes de edificar notáveis construções, que ainda hoje deixam surpreendidos os cientistas que questionam como foram capazes de as construir com utensílios rudimentares, o que hoje em dia seria impossível, como é o exemplo das pirâmides do Egipto que remontam há cerca de 5000 anos.

 

Eis alguns exemplos das construções mais antigas conhecidas:

 

·      Gobekli Tepe – entre 8400 a 12000 a.C. Turquia;

·      Tel Qaramel – entre 9670 a 11000 a.C. Síria;

·      Torre de Jericó – Por volta de 8000 a.C. Jericó, Cisjordânia;

·      Çatalhuyuk – cerca de 6500 a.C. Turquia;

·      Khirokitia – entre 7000 a 4000 a.C. Chipre

 

A antiguidade foi capaz de fornecer grandes filósofos, astrónomos, matemáticos, geógrafos, que sem a ajuda da tecnologia que temos hoje, sem máquinas de calcular e sem computadores, conseguiram fazer cálculos muito apurados, como é o exemplo de Erastótenes (275 a.C.) que calculou com muita precisão a circunferência da Terra. Já Aristarco de Samos (310 a.C. - 230 a.C.) conseguiu calcular a distância da terra à lua com bastante precisão. Grandes obras literárias foram escritas pelos nossos antepassados  como os Vedas na Índia, o Tao Te King na China, as peças de teatro escritas pelos antigos gregos e que ainda hoje são estudadas e representadas, obras filosóficas, etc.

 

Posto isto algumas questões se impõem:

 

Como é possível que a tecnologia tenha evoluído tão rapidamente num curto espaço de tempo e as capacidades mentais, a nossa inteligência, permaneça inalterada, tendo em conta o facto de que comparativamente o nosso cérebro ser, com toda a certeza, algo muito mais sofisticado do que toda a tecnologia  informática existente!?

 

Porque razão se fazem tantos esforços para o aperfeiçoamento tecnológico e muito pouco se tem feito para aplicar medidas visando desenvolver a inteligência humana e tirar o melhor partido das nossas capacidades mentais, o nosso biocomputador do qual não estaremos a tirar o máximo proveito, medidas essas que deveriam ser implementadas logo nos primeiros anos escolares?!

 

Como é possível que uma simples máquina de calcular consiga fazer cálculos tão rapidamente e o nosso sofisticadíssimo biocomputador leve uma eternidade para fazer os mesmos cálculos e sem erros?!

 

O que seria de esperar se desenvolvêssemos integralmente todas as capacidades do nosso biocomputador?

 

Será que a nossa inteligência e todas as nossas capacidades mentais se resumem unicamente ao cérebro?

 

Apesar das pesquisas levadas a cabo pelos neurocientistas e dos grandes avanços no conhecimento do funcionamento do nosso cérebro, isso não se tem traduzido em medidas tendentes a desenvolver o biocomputador humano, ou seja, a nossa inteligência, as nossas capacidades mentais. Parece não haver grande interesse por parte dos Estados, pois as pessoas inteligentes são mais difíceis de controlar e manipular do que as mentes estúpidas que se deixam conduzir como ovelhas mansas sendo consequentemente muito mais fáceis de manipular.

 

Como no filme “Lucy” protagonizado por Scarlett Johansson e cuja personagem ganha poderes especiais, como a telecinesia, a telepatia, a capacidade de adquirir conhecimentos instantâneos etc., podemos imaginar que se realmente tirássemos total partido das nossas capacidades, também poderíamos fazer mover objectos só com o poder da nossa mente, comunicar mentalmente com os outros e ainda aprender qualquer matéria instantaneamente sem a fastidiosa e demorada aprendizagem comum.

No entanto o filme “Lucy” incorre num erro grosseiro ao passar a mensagem de que usamos apenas 10% do nosso cérebro. Se isso fosse verdade, as nossas capacidades cognitivas estariam praticamente sem uso, não conseguiríamos pensar, compreender aquilo que nos dissessem, ou mesmo ouvir, ver, sentir, etc. As sinapses são a prova de que utilizamos o cérebro todo.  Não estaremos com certeza é a tirar o melhor proveito das capacidades do nosso cérebro! Como alguém dizia num comentário na internet sobre este assunto, é como se tivéssemos um Ferrari e não tirássemos partido dele. Temos o Ferrari mas em vez de o conduzirmos por auto-estradas a 120Km ou mais, andamos com ele por ruas estreitas a 20Km hora!

 

Mas segundo Michio Kaku, um físico teórico, a telepatia e outras super-habilidades como a telequinésia, não serão possíveis sem a ajuda das máquinas: “A verdadeira telepatia, que se encontra nos romances de ficção e do fantástico, não é possível sem ajuda exterior. Como sabemos, o cérebro é eléctrico. Em geral sempre que é acelerado, o electrão liberta energia electromagnética. O mesmo se pode dizer dos electrões que se movimentam no interior do cérebro, que emitem ondas de rádio. Contudo, esses sinais são demasiado fracos para serem detectados por terceiros e, mesmo que pudéssemos dar por eles, seria difícil atribuir sentido a essas ondas de rádio. A evolução não nos dotou da capacidade para decifrar este grupo de sinais de rádio aleatórios. Mas os computadores podem fazê-lo. Os cientistas conseguiram obter versões rudimentares dos pensamentos de um indivíduo, através de electroencefalogramas.” in Michio Kaku, O Futuro da Mente, Editorial Bizâncio, 2014, pág.96.

 

No entanto esta posição mais ortodoxa encerra uma determinada visão que pode vir a ser alterada, até porque atribui a exclusividade ao cérebro como o único posto de comando da nossa mente, o que vai contra outras investigações levadas a cabo por outros cientistas que, remando contra a “maré”, conseguiram provar que o cérebro não é o único posto de comando e talvez nem seja o principal, mas sim o coração!

 

O Dr. Rollin McCraty, vice-presidente executivo e director de investigação do Instituto   HeartMath, em Boulder Creek, na Califórnia, foi provavelmente um dos primeiros investigadores a atribuir ao coração uma importância que até então não lhe era dada, após várias experiências realizadas, concluindo que o coração é o maior cérebro do corpo!  Obviamente que foi muito criticado, como acontece sempre que a ortodoxia é posta em causa. No entanto outras investigações levadas a cabo por outros cientistas, como o Dr. John Andrew Armour, neurocardiologista, na Universidade de Montreal e no Hospital do Sacré-Coeur em Montreal, chegaram à mesma conclusão corroborando as descobertas do Dr. Rollin, concluindo que o coração é um órgão sensorial e um sofisticado centro de codificação e processamento de informações, com um extenso sistema nervoso suficientemente sofisticado para se poder qualificar como um cérebro. Segundo Dr. Armour, este coração-cérebro pode processar informações e tomar decisões sobre o seu controle independentemente do sistema nervoso central.

 

O coração é também o órgão que gera o maior campo electromagnético e muito superior ao do cérebro! Nas experiências levadas a cabo pelo dr. Rollin o coração respondia primeiro do que o cérebro aos estímulos (imagens que eram apresentadas aos voluntários): “Mais surpreendente ainda, é que o coração parecia receber a informação momentos antes do cérebro.” in Lynne McTaggart, The Intention Experiment, Harper Element, 2008, pág.85, tradução do inglês

Para quem esteja interessado numa explicação mais pormenorizada, veja neste link:

https://www.youtube.com/watch?v=Wb6uoy8hV5w

 

As investigações científicas sobre a mente têm-se concentrado quase em exclusivo no cérebro, só alguns poucos foram capazes de quebrar as "barreiras" para poderem ir um pouco mais longe e analisar outras perspectivas, como por exemplo considerar que as nossas memórias não se concentram unicamente no cérebro mas por todo o sistema nervoso, o que faz pleno sentido se tivermos em conta que a clonagem só é possível por que as células do nosso corpo guardam a memória de todo o corpo!

 

 

Considerações finais

 

Estamos ainda muito longe de percebermos como realmente funciona a nossa mente. Embora os cientistas pareçam ter a pretensão de possuir muitos conhecimentos sobre o assunto, penso que ainda estamos na pré-história desse conhecimento, muito está ainda por explicar e muitas perguntas se podem colocar assim como várias hipóteses. O que é a mente e a nossa consciência? Onde se situa? Estará para além do nosso corpo físico, no nosso campo electromagnético? Será que a nossa mente, a consciência, é energia pura? Será que estamos todos ligados em rede como a internet e os computadores e ainda não nos demos conta? O que estará a bloquear o pleno funcionamento do nosso biocomputador, será um vírus?

 

Toda a informação que circula na internet e entra no computador é transmitida por impulsos eléctricos codificados num sistema binário que o computador depois interpreta e assim sendo podemos dizer que a informação é energia! Assim faz o nosso cérebro quando interpreta os sinais provenientes do exterior e os transforma em imagens, sons, odores, sabores e sensibilidade táctil, através de impulsos electroquímicos, as sinapses. Mas para um computador funcionar é necessário haver um utilizador externo que o manipule, uma mente, uma consciência. Do mesmo modo, talvez o biocomputador humano esteja a ser dirigido por uma mente, uma consciência exterior, energia pura.

 

Estamos demasiado dependentes dos sistemas informáticos e dos computadores (qual o estudante de engenharia que consegue fazer os cálculos de uma simples raiz quadrada sem a ajuda da calculadora?), se eles falharem totalmente poderá ser toda a civilização a desaparecer num ápice, bastando para que isso aconteça ou um ataque informático em grande escala, ou uma descarga de energia proveniente do espaço, como por exemplo uma forte tempestade solar como a que afectou o Canadá em 1989 causando um apagão. Ora sem electricidade nenhum sistema informático irá funcionar! Para piorar ainda mais o cenário, o campo electromagnético da terra está mais vulnerável o que significa que as explosões solares poderão ter efeitos cada vez mais nocivos sobre o nosso planeta!

 

No que toca ao desenvolvimento da nossa inteligência, salvo as devidas excepções, a tecnologia parece estar a criar pessoas cada vez mais alienadas, estupidificadas, viciadas em jogos de computadores, conversas da treta em mensagens de sms e outras que tais.

 

Caro leitor, se tiver uma opinião sobre o assunto ou alguma ideia que gostasse de transmitir teria muito gosto que o fizesse nos comentários!

 

Texto original de Pimenta